quinta-feira, 20 de maio de 2010

Projeto Tamar atrai estudantes e jovens pesquisadores


A palestra do casal Guy e Neca Marcovaldi, egressos da FURG e pioneiros do Projeto Tamar, no 4º Congresso Brasileiro de Oceanografia, atraiu um bom e jovem público, formado principalmente por acadêmicos e jovens pesquisadores. Os números apresentados e o grande apelo visual e sentimental de um projeto ambiental que dá certo chamaram a atenção dos congressistas e da Imprensa em geral.

O Projeto Tamar – Tartaruga Marinha está comemorando 30 anos. Nestas três décadas, já salvou da extinção mais de 10 milhões de filhotes de tartarugas, das cinco espécies existentes no litoral brasileiro, das quais uma espécie ainda corre riscos (Tartaruga de Couro). A partir de 2009, são calculadas em um milhão as tartaruguinhas a serem salvas, por ano. Hoje, o Tamar já tem também 23 bases no litoral brasileiro, de Santa Catarina ao Ceará.

Para a fundadora Neca Marcovaldi, a grande razão do sucesso do Tamar é, simplesmente, envolver em todas as etapas as comunidades onde se desenvolve o trabalho. Há 30 anos, houve a definição pela atuação com os pescadores, decidindo aprender com eles os hábitos das tartarugas nas praias. Com isto, os integrantes do Tamar não só conquistaram a confiança destas populações como as trouxeram para o projeto, gerando alternativa de renda para as famílias e multiplicando a conscientização para a preservação.

Hoje, os “tartarugueiros” das comunidades monitoram, diariamente, 5km de praia para proteção e monitoramento dos animais e coleta padrão e regular de dados com os pesquisadores. Atividades de pesquisa nos ambientes marinhos também são realizadas pelo Tamar, desde 1984, através de técnicas de mergulho, etc. Isto possibilita a compreensão da dinâmica das populações das tartarugas.

Em 2001, o Tamar participou da formação do Plano Nacional para a Redução da Captura Incidental de Tartarugas Marinhas pela Pesca. Mais uma vez, os resultados, segundo Neca e Guy, só foram obtidos devido ao trabalho junto às comunidades de pescadores, hoje também cuidadores das tartarugas. Um exemplo está na pesquisa com tipos de anzóis. Um novo tipo, criado pelos pesquisadores e pescadores, reduz em mais de 30% a mortandade em uma espécie de tartaruga e 50% em outra espécie.

Todos os dados coletados pelo Tamar estão disponíveis para pesquisas, desde que solicitados e apresentado o projeto a ser desenvolvido. O Tamar tem ainda duas confecções, publicações e centros de visitação, cuja renda reverte para pesquisas e preservação. Entre os dados apresentados, um chamou a atenção: para cada tartaruga apresentada em “cativeiro” nos centros de visitação, 100 mil outras são salvas, graças ao conhecimento, carinho e conscientização propiciados pelas visitas, em especial de crianças e jovens conquistados pela educação ambiental.

Saiba mais sobre o Projeto Tamar em www.projetotamar.org.br

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